Aluga-se uma namorada/Procura-se! Primeiro capitulo
Há que ponto cheguei, colocando
anuncio em um jornal!
Na semana passada
nunca que eu pensaria em procurar uma namorada
dessa forma, porém
circunstâncias extremas fizeram que eu me metesse nesta
enrascada. De
inicio eu iria colocar qualquer coisa no anúncio, como homem
solteiro procura
namorada e o número de contacto. Porém, meu amigo Diego
resolveu intervir e
colocou os adjectivos bonita e gostosa como critério.
— É só isso que
você vai por? — Diego questionou quando terminei.
— Sim, não posso
ser tão exigente, se não nenhuma garota irá aparecer —
disse. Meu amigo
assentiu. E um sorriso se formou em meus lábios. Aquela
era uma situação em
não esperava entrar.
Tudo começou quando
recebi uma ligação da minha mãe. Eu morava no
Brasil e minha
família em Nova York. Nós nos falávamos poucas vezes, e eu
sabia que aquela
ligação era importante.
A noticia era que
meu irmão Josh iria se casar com sua namorada, May.
Aquela noticia me
pegou de surpresa, afinal, eu sempre achei que aquele
namoro não duraria.
May era inteligente demais para namorar com meu
irmão.
May e eu fomos
colegas, estudamos juntos por cinco anos. E somente com
dezessete anos eu
percebi que eu estava apaixonada por ela. Meu irmão
nunca deu indícios
de gostar de May, ele era mais velho que eu dois anos e
muito mulherengo.
Reuni toda minha coragem para me declarar para ela,
contudo, Josh foi
mais rápido e me tirou a garota dos meus sonhos
inventando o boato
de que eu era Gay.
Tentei diversas
vezes desmentir Josh e dizer que era tudo invenção, mas
ninguém acreditou.
Afinal eu nunca havia ficado com alguém antes. May foi
à única garota que
me interessei.
Uma semana depois e
essa “fama” de gay se espalhou, todos na
vizinhança acreditavam
que Matt Miller era “O gay”. A situação ficou cada
vez mais
impossível. Não aguentava mais o meu irmão e muito menos ser
ridicularizado
daquela maneira.
Quando me formei
decidi mudar para o Brasil. Minha mãe era brasileira e
se formou na
Universidade de São Paulo. Conversei com meus pais e disse
que queria ir para
essa universidade. Ganhei o apoio da minha mãe e o
dinheiro do meu
pai.
Depois de um ano
não consegui entrar na universidade, dividia o aluguel
com Diego um amigo
que conheci no cursinho e trabalhava meio período em
um escritório como
assistente. Eu esperava voltar para Nova York formado e
com uma namorada
linda. Contudo, eu não tinha diploma, muito menos uma
namorada.
[...]
— Esse celular não
para de tocar. Mandou bem Matt! — Diego disse. Ele
estava mais animado
do que eu.
— Já passou o
endereço pra elas? — Perguntei.
— Sim, e tem uma
que está vindo pra cá. A única coisa que tem que se
fazer é averiguar
se os critérios estão certos. Pronto. Assim terá sua querida
namorada.
— Eu odeio ter que
fazer isso. Mas não há escolha, não tem como eu
arrumar uma
namorada de verdade em tão pouco tempo.
— Não se sinta mal
com isso cara. Seu irmão foi um canalha com você.
Não há nada demais
em querer superá-lo. — Diego disse enquanto se
esparramava no sofá.
— Não acho que
alguma garota que possa aparecer supere a May — falei
enquanto me
lembrava do seu rosto angelical. Olhos verdes e cabelos
dourados
emoldurando um rosto perfeito.
— Desencana Matt,
pare de pensar nessa garota — Diego advertiu.
— Você não a conhece,
por isso diz pra eu esquecê-la.
— Ok, então não
esquece e fique suspirando como sempre — falou. Diego
não aguentava mais
me ouvir falando de May. Não posso culpá-lo. Fazia um
ano que eu estava
no Brasil e nunca tentei encontrar uma namorada, apesar de
dizerem que as
brasileiras são as mulheres mais bonitas do mundo. Eu não
duvido disso, porém
meus olhos não queriam enxergar outras mulheres.
— Matt! Uma das
garotas chegou — Diego disse me tirando do meu
devaneio.
— Ok. Estou indo
atender a porta. — Levantei do sofá e pensei positivo.
Aquela poderia ser
minha nova namorada. Abri a porta e tive certo receito ao
ver a garota.
— Oi, sou Rebeca e
você é o cara do anúncio? — Disse a ruiva, ela vestiu
um vestido vermelho
curto e agarrado no corpo, seu perfume era forte e me
dava náuseas.
— Sim, entra —
falei receoso, me esquivando para ela entrar. A ruiva
entrou e logo se
sentou no sofá cruzando as pernas lentamente.
— Qual é a parada?
Envolve sexo? — Indagou de um jeito indiscreto. Ela
estava mascando
chiclete o que fazia sua dicção piorar.
— Não. Não envolve
— respondi. Enquanto isso Diego estava no canto da
sala segurando o
riso.
— Você vai pagar
por isso certo? Por que eu não vou ser sua namorada a
toa. Se bem que com
essa sua aparência posso pensar no assunto — começo a
dizer enquanto me
media dos pés a cabeça.
— Eu pagarei sim —
respondi. Não queria soar arrogante, mas estava
louco para mandar
aquela garota embora. — Conte-me um pouco sobre você
— Pedi.
— Tenho 21 anos,
trabalho como garçonete, sou bonita e divertida. E é
claro, muito
inteligente — disse por fim.
Reflecti por um
minuto. Rebeca era bonita, porém artificial demais. Seus
cabelos ruivos não
eram naturais, eram vermelhos quase perto do vinho. Seu
jeito de vestir era
vulgar e seu perfume enjoativo.
— Bem já acabamos.
Ligo assim que decidir. — Falei por fim.
— Ok — levantou e o
vestido subiu mais ainda. — Até mais — disse e
chegou perto do meu
ouvido. — Se você me escolher não vai se arrepender
— dito isso, saiu.
Fechei a porta enquanto Rebeca rebolava ao sair.
Diego não segurou o
riso e caiu na gargalhada.
— Ela é
interessante — disse.
— Ela não é
interessante. Mas, dependendo de quais aparecerem por aqui,
ela pode ser uma
candidata em potencial — falei.
A campainha tocou
novamente e atendi. De imediato a garota parecia ter
os critérios,
bonita e elegante. Ela sorriu e me cumprimentou.
— Entre e sente-se,
por favor — falei. Ela entrou e sentou como pedi.
Fiquei animado.
Seus cabelos eram negros e apesar da maquiagem um pouco
vibrante seu rosto
era bonito. — Pode começar a falar sobre você.
— Me chamo
Vanessa... — aquilo me assustou. A voz dela era grossa e
parecia de homem —
mudei de nome recentemente e de sexo também.
Espero que não
tenha problema.
— Não, não tem
problema — respondi engolindo seco. Ela começou a
falar e falar. Não
consegui absorver nada que ela disse. Tive que cortar.
— Obrigada por ter
vindo, entro em contacto em breve.
— Certo amor —
aquele amor era muito, muito estranho. Ela saiu e eu
fechei a porta.
— Vou te matar! —
falei pra Diego que estava em sua crise de risos.
— Isso é tão
divertido. Relaxa Matt, têm muitas outras por vir. E como
tinha! Uma mais
louca que a outra. Passamos o dia todo recebendo
candidatas.
— Desisto! Só
aparecem mulheres com problemas, não tem nenhuma
normal por ai? Isso
tudo é culpa sua! — falei e fui dar uns cascudos no
Diego, ele recuou e
fui atrás dele. — Diego volta aqui — continuei atrás até
alcança-lo.
— Matt idiota! —
Ele me puxou pela perna e me derrubou, mas eu acabei
o puxando.
Resultado: Parecíamos
duas crianças caídas um em cima do outro — Ops
— uma voz
desconhecida falou. — Desculpe atrapalhar, mas a porta estava
aberta.
— Sai de cima de
mim Diego — falei o empurrando. Diego se levantou e
eu também. Aquela
situação era muito constrangedora. A garota era linda,
mais do que eu
espera que aparecesse naquela seleção. Ela vestia uma roupa
comum, calças jeans
e camiseta branca. Sua pele era dourada e seus cabelos
castanhos estavam
presos. Mas o que mais me chamou atenção foi os seus
olhos, verdes, como
os de May.
— Eu vim por causa
daquele anúncio. — A garota se manifestou após
alguns segundos de
constrangimento.
— Sente-se, por
favor — falei. A garota se sentou e pareceu me analisar
por um instante. —
Pode me dizer um pouco sobre você? — Pedi, assim
como havia feito
com as outras garotas.
— Meu nome é
Mariana Andrade, tenho 20 anos — ela começou a se
descrever. Enquanto
a minha atenção parou em sua aparência. Aquela garota
parecia ter caído
do céu. — Seu amigo disse pelo telefone que você vai pagar
por isso. Estou sem
emprego e preciso de dinheiro para pagar um empréstimo
que fiz. Então se
você me escolher que fique bem claro que não vou fazer
sexo com você —
falou.
Por que todas as
garotas pensam nisso?
— E eu vou deixar
bem claro que isso não é minha intenção.
— Ótimo, só
gostaria de saber pra qual fim você quer uma namorada de
aluguel.
— O que você
precisa saber é que eu preciso apresentar uma namorada
para meus pais — me
limitei.
— Certo. Preciso
dos seus antecedentes criminais e uma garantia de que
não vai me
sequestrar.
— E qual seria essa
garantia?
— Eu sei lá, só
preciso dessa certeza. Droga, que merda eu estou fazendo?
— Ela se questionou
colocando a mão na cabeça.
— Acalme-se, você
chegou até aqui, se fosse para te sequestrar, eu já teria
feito isso — Digo
tentando acalmá-la.
— Merda — Ela se
levanta, parece que eu piorei a situação.
— Calma, eu não vou
te sequestrar, quer uma água? Questiono.
— Eu vou indo.
Ligue-me quando tomar a decisão.
— Não irei ligar —
disse sorrindo.
— Eu sabia que era
perda de tempo vir aqui — Ela já estava irritada e
pronta para ir
embora.
— Eu não vou ligar,
por que tomei minha decisão minha querida
namorada.
Autor: KM Mendes
Revisão: Faruk Muando