Capítulo 16 e ultimo capitulo Você pode curar sua vida
MINHA HISTORIA
Somos todos um.
"Conte-me alguma coisa sobre sua
infância, sem se estender muito”. Já pedi isso a muitos clientes meus.
Não preciso ouvir todos os detalhes, mas quero ter um panorama geral de suas origens.
Se tiverem
problemas agora, os padrões que os criaram foram formados muito tempo atrás.
Quando eu era uma menininha de 18 meses, meus pais se divorciaram. Não tenho
lembranças do fato. O
que me lembro com horror é minha mãe ter ido trabalhar como empregada doméstica
dormindo no
serviço e sendo obrigada a me deixar com outra família. Segundo contam, chorei
por três semanas
seguidas. As pessoas que cuidavam de mim não conseguiram suportar isso e minha
mãe se viu forçada a
me pegar de volta e fazer outros arranjos. Hoje em dia admiro o modo como ela
conseguiu ser pai e mãe
para mim. Na época, porém, tudo o que eu sabia e que tinha importância para mim
era que eu não estava
recebendo a mesma atenção carinhosa que tinha antes.
Nunca fui capaz de determinar se minha mãe amava meu padrasto ou se só se casou
com ele para arrumar
um lar para nós duas. Todavia, não foi uma boa decisão. Esse homem fora criado
na Europa, num
sombrio lar alemão onde reinava a brutalidade, e não teve a oportunidade de
aprender outro modo de
lidar com uma família. Minha mãe ficou grávida de minha irmã, e então, nos anos
30, a Grande
Depressão caiu sobre nós e nós três nos encontramos presas num lar cheio de
violência. Eu tinha cinco
anos de idade.
Para piorar o quadro, foi mais ou menos nessa época que um vizinho, um velho
bêbado, como me
recordo, me estuprou. O exame médico ainda está vívido em minha mente, como
está também o
julgamento em que fui a estrela do caso. O homem foi condenado a 15 anos de
prisão. Ouvi repetirem
com tanta frequência "A culpa foi sua" que passei muitos anos temendo
que quando o velho bêbado fosse
libertado ele iria voltar e me pegar por eu ter sido tão má a ponto de
colocá-lo na cadeia.
A maior parte de minha infância foi passada suportando tanto abusos físicos
como sexuais, entremeados
de muito trabalho pesado. Minha auto-imagem ia ficando cada vez pior e poucas
coisas pareciam dar
certo para mim. Passei a expressar esse padrão no mundo exterior.
Ocorreu um incidente quando eu estava no quarto grau que mostra bem como era
minha vida na época.
Houve uma festa na escola, com muitos bolos para as crianças. A maioria dos
meus colegas era de
famílias de classe média. Eu me vestia mal, meus cabelos pareciam cortados com
uma tigela. Estava
sempre com os mesmos sapatos fechados e tinha um cheiro forte por causa do alho
cru que era obrigada a
comer todos os dias "para espantar os vermes" Nunca comíamos bolo em
casa, pois não podíamos nos
dar a esse luxo. Uma velha vizinha me dava dez centavos por semana e um dólar
no Natal e no meu
aniversário. Os dez centavos iam para o orçamento familiar e o restante era
usado para comprar minhas
roupas de baixo para o ano inteiro em lojas baratas.
Bem, naquele dia estava havendo a festa na escola, e havia tanto bolo que,
enquanto estavam cortando e
servindo, algumas das crianças que podiam comer bolo todos os dias estavam
ganhando dois, até três
pedaços. Quando finalmente chegou a minha vez (e claro, eu era a última da
fila), não havia mais bolo.
Nem ao menos uma fatia.
Entendo claramente agora que foi minha "crença já confirmada" de que
eu era indigna e não merecia nada
que me colocou no final da fila sem nenhum pedacinho
de bolo. Foi o meu padrão.
Eles estavam apenas refletindo minhas crenças.
Quando eu estava com 15 anos, resolvi que não podia mais aguentar abusos
sexuais e fugi de casa e da
escola. O emprego que arranjei como garçonete me pareceu muito mais fácil do
que o trabalho 3
pesado que tinha de fazer em casa.
Estando faminta de amor e afeto, e tendo a menor possível das auto-estimas, de
bom grado eu dava meu
corpo a qualquer homem que fosse gentil comigo e, logo depois de completar 16
anos, dei à luz uma
menina. Sabia que seria impossível ficar com ela e lhe arranjei um lar bom e
amoroso. Encontrei um
casal sem filhos, ansioso por adotar um bebê. Fiquei morando na casa deles nos
últimos quatro meses de
gestação e, quando fui para o hospital, tive a menina já em nome deles.
Assim, nunca experimentei as alegrias da maternidade, só a perda, a culpa e a
vergonha. Na época, tudo
aquilo era só um período vergonhoso que deveria ser esquecido o mais rápido
possível. De minha filha,
só me recordo dos artelhos muito grandes, incomuns como os meus. Se um dia nos
encontrarmos, saberei
quem ela é por causa deles.
Saí daquela casa quando minha filhinha estava com cinco dias de vida e voltei
para procurar minha mãe,
que continuava uma vítima. "Venha", eu lhe disse, "você não
precisa mais suportar isto. Vou tirá-la
daqui”.Ela me acompanhou, deixando para trás minha irmãzinha de 10 anos, que sempre
fora a queridinha
do pai.
Depois de ajudar minha mãe a conseguir emprego de doméstica num pequeno hotel e
acomodá-la num
apartamento onde podia viver livre e com algum conforto, considerei terminadas
minhas obrigações.
Parti para Chicago com uma amiga para passar um mês naquela cidade - e só
voltei depois de 30 anos.
Naquela época, a violência que experimentei quando criança, combinada com o
sentimento de não ter
nenhum valor, que desenvolvi ao longo dos anos, atraíam para minha vida homens
que me maltratavam e
frequentemente me agrediam. Eu poderia ter passado o resto de minha vida
menosprezando os homens e
provavelmente ainda estaria tendo as mesmas experiências. No entanto, pouco a
pouco, por causa do
sucesso na área do trabalho, minha auto-estima começou a crescer e esse tipo de
companheiro deixou de
encontrar em mim o padrão de acreditar inconscientemente que eu merecia ser
maltratada e foi saindo de
minha vida. Não desculpo o seu comportamento, mas sei que se não fosse por
causa do "meu modelo"
eles nunca teriam sido atraídos para mim. Atualmente, um homem que maltrata
mulheres nem sabe que eu
existo. Nossos padrões não se atraem mais.
Depois de alguns anos em Chicago, fui para Nova York e tive a sorte de me
tornar modelo de altacostura. Todavia, nem mesmo o fato de estar trabalhando
com grandes criadores fez muito para ajudar
minha auto-estima, pois só encontrei nisso mais meios de achar defeitos em mim
mesma. Eu me recusava
a reconhecer minha própria beleza.
Fiquei na indústria de moda por muitos anos. Casei-me com um maravilhoso e
culto cavalheiro inglês e
juntos viajamos pelo mundo, conhecemos a realeza e até tivemos a oportunidade
de jantar na Casa
Branca. Apesar de ser uma modelo de sucesso e de ter um homem formidável, minha
auto-estima ainda
era pouca e continuou assim por muito tempo, até eu começar o meu trabalho
interior.
Um dia, depois de 14 anos de casamento, quando eu
estava começando a acreditar que coisas boas
podem durar, meu marido anunciou seu desejo de viver com outra mulher. Sim, fiquei
arrasada.
Todavia, o tempo passa e eu continuei vivendo. A uma certa altura, pude sentir
que estava havendo uma
mudança em minha vida e, numa primavera, um numerologista confirmou essa
sensação dizendo-me que
no outono surgiria um pequeno evento que modificaria toda a minha existência.
De fato, ele foi tão pequeno que só fui percebê-lo vários meses depois. Por um
verdadeiro acaso, fui a
uma reunião da Igreja da Ciência Religiosa em Nova York. Ao ouvir a mensagem,
algo dentro de mim
falou: "Preste atenção". Obedeci a esse chamado e não só passei a
frequentar os cultos dominicais como
também as aulas semanais. O mundo da moda e da beleza estava perdendo seu
interesse para mim. Por
mais quantos anos eu poderia me manter preocupada com a medida de minha cintura
ou o formato das
sobrancelhas? Eu, que largara a escola no início do segundo grau e nunca me
interessara pelos estudos,
tornei-me uma aluna aplicada, devorando tudo o que caía em minhas mãos
relacionado com a metafísica
e cura alternativa.
A Igreja da Ciência Religiosa tornou-se um novo lar para mim.
Apesar de a maior parte de minha vida continuar a mesma, os estudos começaram a
consumir mais e mais
do meu tempo. Quase sem perceber, depois de três anos, vi-me capacitada para me
candidatar a ser um
dos praticantes licenciados da igreja. Passei nos exames e assim comecei a
trabalhar, há muitos anos,
como conselheira.
Foi um pequeno começo. Nessa mesma época, aprendi a Meditação Transcendental.
Como minha igreja
não ia dar o curso de formação de ministros tão cedo, resolvi aproveitar o
tempo para fazer algo de
especial por mim mesma e entrei na Universidade Internacional Maharishi, em
Fairfield, no Estado de
Iowa, para um curso de seis meses.
Foi o lugar certo para mim na época. A cada segunda-feira começávamos um novo
tema, coisas das quais
eu só ouvira falar, como biologia, química e até mesmo a teoria da
relatividade. Nos sábados
éramos submetidos a um teste e tínhamos o domingo livre.
Na universidade não havia nenhuma das distrações tão típicas de minha vida em
Nova York.
Terminado o jantar, todos voltávamos para os quartos e ficávamos estudando. Eu
era a aluna mais velha
do campus, mas adorei cada momento que passei nele. Fumo, bebidas e drogas eram
proibidos e
meditávamos quatro vezes ao dia. Quando saí de lá, pensei que fosse desmaiar
com a fumaça de cigarros
no aeroporto.
Voltando a Nova York, recomecei minha vida. Logo eu estava fazendo o curso de
treinamento de
ministros de minha igreja e me tornei muito ativa no seu trabalho e nas suas
atividades sociais. Em pouco
tempo estava falando nas reuniões do meio-dia e recebendo clientes, o que
rapidamente se tornou uma
nova carreira em tempo integral. Por causa do trabalho que fazia, tive a
inspiração de escrever meu
pequeno livro CURE O SEU CORPO, que de início era apenas uma lista de causas
metafísicas para
doenças físicas. Depois de sua publicação, passei a viajar para dar palestras e
pequenos cursos.
Então, um dia, recebi o diagnóstico médico de que estava com câncer.
Claro, com meu passado de criança maltratada, onde se
incluiu um estupro ao cinco anos, não foi de
admirar uma manifestação de câncer na área vaginal.
Como qualquer outra pessoa que ouve que está com câncer, entrei num pânico
total. No entanto, por causa
do meu trabalho com os clientes, eu sabia que a cura mental funcionava e vi no
fato a oportunidade de
comprová-la em mim mesma. Afinal, eu escrevera o livro sobre padrões mentais e
sabia que o câncer é
uma doença causada por um profundo ressentimento que é abrigado por um longo
tempo até que ele
literalmente começa a comer o corpo. Eu, até então, me recusara a estar
disposta a dissolver toda a raiva
e ressentimento que tinha "deles" por causa de minha infância
sofrida. Percebi que não podia mais perder
tempo, que tinha muito trabalho a fazer.
A palavra incurável, que é tão assustadora para muitos, significa para mim que
essa condição em
particular não pode ser curada por meios externos e que precisamos ir para o
interior e encontrar a cura.
Se eu fizesse uma operação sem me livrar dos padrões mentais que haviam dado
origem à doença, os
médicos continuariam cortando Louise até não restar mais nada dela. Não gostei
da idéia.
Se eu fosse operada para retirar o tecido canceroso e ao mesmo tempo
desprendesse o padrão mental que
estava causando o câncer, ele não voltaria mais. Quando esse mal ou qualquer
outra doença volta, creio
que não é porque "eles não tiraram tudo" mas sim porque o paciente
não fez mudanças mentais. Assim:
ele só recria a mesma enfermidade, talvez numa parte diferente do corpo.
Eu também acreditava que, se conseguisse me livrar do padrão mental que criara
o câncer, nem mesmo
precisaria da operação.
Assim, barganhei com os médicos para conseguir algum tempo e eles, de má
vontade, me deram três
meses de prazo. Meu argumento foi o de que eu não tinha dinheiro para a
cirurgia.
Imediatamente assumi a responsabilidade pela minha própria cura. Li e
investiguei tudo o que pude
encontrar sobre métodos alternativos que poderiam me ajudar no processo.
Fui a várias lojas de produtos naturais e comprei todos os livros que tinham
sobre o câncer. Procurei a
biblioteca pública e li mais ainda. Informei-me sobre a reflexologia nas solas
dos pés e a terapia do
cólon e achei que ambas seriam benéficas para mim.
Eu parecia estar sendo levada para as pessoas certas. Depois de ler sobre a
reflexologia, interessei-me
em encontrar um terapeuta. Nessa ocasião, fui a uma palestra e, apesar de
sempre procurar me sentar nas
primeiras filas, naquela noite senti-me compelida a ficar no fundo da platéia.
Pouco depois um homem
veio sentar-se ao meu lado e - adivinhe só. Ele era um reflexologista que
atendia na casa dos clientes. Fui
tratada três vezes por semana durante dois meses e recebi uma grande ajuda.
Eu sabia também que precisava me amar muito mais. Muito pouco amor fora
demonstrado em minha
infância e ninguém jamais me ensinara a me sentir bem comigo mesma. Eu adotara
as atitudes dos meus
familiares, que estavam sempre implicando comigo e me criticando, e elas haviam
se tornado uma
segunda natureza para mim.
Através do meu trabalho na igreja eu me conscientizara de que era certo e até
essencial eu me amar e me
aprovar. No entanto, ficava adiando - exatamente como acontece com aquela dieta
que sempre dizemos
que vamos começar amanhã. Porém, não dava mais para eu procrastinar. De início
foi muito difícil ficar
diante do espelho e dizer coisas como: "Louise,
eu te amo. Amo de verdade". Todavia, persistindo,
descobri que eu não estava mais me diminuindo em certas situações como fazia no
passado, o que me
mostrou que eu estava progredindo com o exercício do espelho e outros.
O mais importante era eu me livrar dos padrões de ressentimento que abrigava
desde a infância.
Era imperativo para mim desprender do meu interior todas as acusações.
Sim, eu tivera uma infância difícil, cheia de maus-tratos - sexuais, físicos e
mentais. No entanto,
isso acontecera havia muito tempo e não podia ser desculpa para o modo como eu
estava me tratando.
Afinal, eu estava literalmente comendo meu corpo com um crescimento canceroso
porque não havia
perdoado.
Chegara a hora de eu ir além dos incidentes em si e começar a compreender que
tipo de experiências
poderiam ter criado pessoas capazes de tratar uma criança daquela maneira.
Com a ajuda de um bom terapeuta, expressei toda a velha e represada raiva
socando almofadas e gritando
de ódio, o que me fez sentir muito mais limpa. Em seguida, comecei a juntar os
pedacinhos de histórias
que meus pais haviam me contado sobre suas infâncias e consegui ver um quadro
maior de suas vidas.
Com minha compreensão cada vez mais crescente e analisando-os de um ponto de
vista adulto, comecei a
sentir compaixão pelo sofrimento dos dois e a culpa que eu atirava neles foi se
dissolvendo
vagarosamente.
Junto com tudo isso, procurei um bom nutricionista para me auxiliar na limpeza
e desintoxicação de meu
corpo, prejudicado por todas as comidas inadequadas que eu ingerira ao longo
dos anos.
Aprendi que elas se acumulam e criam um corpo cheio de toxinas, tal como os
pensamentos inadequados
se acumulam e criam uma mente intoxicada. Foi-me recomendada uma dieta muito
rígida, constituída
quase que só de hortaliças. No primeiro mês, fiz lavagens intestinais três
vezes por semana.
Não fui operada. Como resultado dessa completa limpeza física e mental, seis
meses depois de ter
ouvido o diagnóstico consegui que os médicos concordassem com o que eu já sabia
– eu não tinha mais
nem sinal de câncer! A essa altura, eu sabia por experiência própria que a
doença pode ser curada se
estamos dispostos a mudar o modo como pensamos, acreditamos e agimos!
As vezes o que parece ser uma grande tragédia se transforma no melhor de nossas
vidas. Aprendi isso
por experiência própria e passei a valorizar a vida de uma nova maneira.
Comecei a procurar o que era
realmente importante para mim e acabei tomando a decisão de deixar a cidade sem
árvores de Nova York
e seu clima marcado pelos extremos. Alguns de meus clientes afirmaram que
"morreriam" se eu os abandonasse, mas garanti-lhes que voltaria duas
vezes por ano para me certificar
do seu progresso e lembrei-lhes que o telefone encurta distancias. Assim,
fechei meu consultório e fiz
uma longa e tranqüila viagem de trem até a Califórnia, pois decidira recomeçar
tudo de novo em Los
Angeles.
Embora eu tivesse nascido em Los Angeles muitos anos antes, não conhecia quase
ninguém na cidade
exceto minha mãe e minha irmã, que agora moravam na periferia da cidade, a
cerca de uma hora do
centro. Nunca havíamos sido uma família unida, mas
mesmo assim tive uma surpresa muito desagradável
ao saber que minha mãe estava cega havia alguns anos e ninguém se dera ao
trabalho de me avisar. Minha
irmã estava "ocupada demais" para me receber, de modo que não me
preocupei em vê-la e comecei a
cuidar de minha própria vida.
Meu livro Cure o Seu Corpo me abriu muitas portas. Passei a freqüentar todo
tipo de reunião New Age
que podia encontrar.
Eu me apresentava e, quando sentia que era adequado, dava uma cópia do meu
livro. Nos primeiros
meses fui bastante à praia, sabendo que quando ficasse mais ocupada haveria
pouco tempo para lazer.
Pouco a pouco os clientes foram aparecendo. Recebi convites para falar aqui e
ali, e tudo foi se ajeitando
enquanto Los Angeles me dava boas-vindas. Cerca de dois anos depois, pude me
mudar para uma linda
casa.
Meu novo estilo de vida em Los Angeles não tinha nada de parecido com o que eu
levara na minha
infância. De fato, tudo corria perfeitamente. Como nossas vidas podem mudar por
completo em
relativamente pouco tempo!
Uma noite recebi um telefonema de minha irmã, o primeiro em dois anos. Ela me
contou que nossa mãe,
agora com 90 anos, cega e quase surda, caíra e fraturara a coluna. Num
instante, minha mãe, que era uma
mulher forte e independente apesar da idade, transformara-se numa criança
indefesa, passando por grande
sofrimento.
O acidente, como tudo na vida, teve seu lado bom, pois serviu para romper a
parede de segredos que
havia em torno de minha irmã. Finalmente estávamos todas começando a nos
comunicar.
Descobri que minha irmã também sofria de um grave problema de coluna que a
impedia de sentar e andar
direito e lhe causava muitas dores. Ela sofria em silêncio e, apesar de estar
abatidíssima, seu marido não
tinha conhecimento de sua doença.
Depois de passar um mês internada num hospital, minha mãe recebeu alta. Como de
maneira alguma
poderia mais cuidar de si mesma, veio morar comigo.
Apesar de confiar no processo da vida, eu não sabia como iria lidar com a
situação, de modo que me
liguei com Deus e disse: "Certo, vou cuidar dela, mas você tem de me
ajudar e precisa me arrumar o
dinheiro necessário!"
O período de ajustamento foi difícil para nós duas. Minha mãe chegou num
sábado. Na sexta-feira
seguinte eu teria de ir a San Francisco, onde ficaria quatro dias. Eu não podia
deixá-la sozinha, nem
desistir do compromisso. Mais uma vez me voltei para Deus e falei: "Deus,
você vai ter de cuidar disto.
Preciso encontrar a pessoa certa para nos ajudar antes de viajar".
Na quinta-feira seguinte, a pessoa perfeita havia "aparecido" e já
estava instalada, com a incumbência de
organizar a casa para mim e minha mãe. Foi outra confirmação de uma de minhas
crenças básicas: "O que
preciso saber me é revelado e tudo o que necessito vem a mim na divina ordem
correta".
Percebi que era hora de aula para mim de novo. Surgira a oportunidade de limpar
muito daquele lixo de
minha infância.
Minha mãe não fora capaz de me proteger quando eu era criança, mas agora eu
podia e ia cuidar dela.
Começou toda uma nova aventura para mim, envolvendo minha mãe e minha irmã.
Dar à minha irmã o auxílio que ela pedia era um outro desafio. Fiquei sabendo
que quando eu salvara
minha mãe, tantos anos atrás, meu padrasto descontara toda a sua fúria e
sofrimento em minha irmã, e
chegara a vez dela de ser brutalizada.
Percebi que o que começara nela como um problema físico fora enormemente
exagerado pelo medo e
tensão, junto com a crença de que não havia ninguém para ajudá-la. E então
Louise entrou em cena, não
querendo ser uma salvadora, mas mesmo assim desejando dar à irmã a oportunidade
de escolher o bemestar a essa altura de sua vida.
Pouco a pouco todos os acontecimentos do passado foram se deslindando e o
progresso ainda continua.
Vamos progredindo passo a passo e me esforço para proporcionar uma atmosfera de
segurança enquanto
exploramos as várias vias alternativas de cura.
Minha mãe, por sua vez, reage muito bem. Ela se exercita o melhor possível
quatro vezes ao dia e seu
corpo está ficando mais forte e flexível. Comprei-lhe um aparelho auditivo e
ela tornou-se mais
interessada na vida. Apesar de sua crença nos princípios da Ciência Cristã,
persuadi-a a submeter-se a
uma operação para a retirada da catarata de um olho. Foi uma enorme alegria
para ela poder ver de novo
e nós também ficamos alegres por poder ver o mundo através dos olhos dela. Sua
grande satisfação foi
conseguir ler de novo.
Minha mãe e eu começamos a encontrar tempo para conversarmos como nunca antes e
uma nova
compreensão surgiu entre nós. Atualmente, estamos ambas mais livres porque
choramos e rimos juntas.
Devo dizer que às vezes ela me irrita, o que serve para me dizer que tenho
outras coisas para libertar do
meu interior.
Meu trabalho continua num ritmo sempre crescente. O número de funcionários que
trabalham comigo
aumentou sob a direção do meu gerente de pessoal, Charlie Gehrke. Agora temos
um Centro com cursos e
um programa para internos.
É assim que está minha vida atualmente, no outono de 1984.
Na infinidade da vida onde estou, tudo é Perfeito, pleno e completo.
Cada um de nós, eu inclusive, experimenta a riqueza e plenitude da vida de
maneiras para nós
significativas.
Agora olho para o passado com amor e escolho aprender com as velhas
experiências.
Não existe nem o certo nem o errado, nem o bem nem o mal.
O passado está terminado.
Existe apenas a experiência do momento.
Eu me amo por ter me trazido por entre esse
passado até o presente.
Compartilho o que e quem sou, pois sei que somos um só em espírito.
Tudo está bem em meu mundo.
Cura Holística
Recomendações
CORPO
Nutrição
Dietas, combinação de alimentos,
macrobiótica, ervas naturais, vitaminas, Florais de Bach, Homeopatia.
Exercícios
Ioga, trampolim, andar, dançar, andar de bicicleta, Tai-Chi, artes
marciais, natação, outros esportes etc.
Terapias alternativas
Acupuntura, acupressura, terapia do cólon,
reflexologia, radiônica, cromoterapia, massagens e
terapias corporais Alexander, bioenergética, Toque de Saúde, Feldenkrais,
terapia de tecidos profundos,
Rolfing, polaridade, Trager, Reiki.
Técnicas de relaxamento
Dessensibilização orgânica, respiração profunda, biofeedback, sauna, banhos
(imersão), prancha
inclinada, música.
Autor: Louise L. Hay
Revisão: Faruk Muando